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Que exemplo têm dado os cristãos?

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mateus 5:20)


Se você diz ser cristão, sob a nomenclatura de “crente”, “católico” ou “evangélico”, você está obrigado a seguir os ensinamentos e guardar os mandamentos de Cristo. O Senhor não veio a nós para nos dar um código de leis humanas, nem uma filosofia de pensamentos, Ele veio nos trazer o modelo de vida do Reino de Deus. O Evangelho está escrito, sim, e as escrituras são válidas, mas ele não está somente nas letras, ele está na própria vida de Cristo, a quem devemos seguir. Se o Senhor nos tivesse dado apenas letras e palavras, ele teria sido, como muitos seculares dizem, apenas “um grande mestre de moral”. Mas Ele não somente nos ensinou tudo, como nos deu o exemplo com a Sua própria vida de justiça perfeita. Ser cristão não é somente decorar palavras, mas essencialmente seguir os passos de Cristo.
 
Muitos falam de Cristo, muitos pregam sobre Suas palavras sublimes e sobre os seus grandes feitos registrados na Bíblia, mas Ele não nos mandou somente falar, mas praticar o Evangelho, seguindo os Seus passos, e o Seu exemplo é a mais pura expressão do que significa o Evangelho.

Os relatos das Escrituras, e sobretudo dos quatro evangelhos não são absolutos de tudo o que aconteceu, porém, são inspirados pelo Espírito Santo, e são mais do que suficientes para nós para podermos conhecer e compreender o caráter do Senhor e da Sua vida e obra de redenção a nosso favor. Cristão, tenha você a legenda que tiver, você está obrigado a seguir o exemplo de Cristo.
 
Este foi um dos mandamentos dEle: a justiça de vocês tem que ser maior do que a justiça dos escribas e fariseus, de outro modo, vocês não entrarão no reino dos céus.
 
Vocês já prestaram atenção na seriedade e na gravidade desta declaração? Que tipo de cristianismo nós temos vivido hoje?
 
Os fariseus do tempo de Jesus eram os líderes e mestres da religião judaica daquele tempo, os doutores do Israel recém recongregado dos quatro cantos do mundo, uma nação em grandes lutas para tornar a sobreviver e subsistir em meio a um grande império idólatra que os limitavam. A vida devassa e a imoralidade era um paradigma aceito como comum naqueles tempos. Haviam poucos remanescentes de Jeová que ousavam verdadeiramente buscar a Sua comunhão e andar com integridade nos Seus caminhos, mesmo dentro do povo escolhido, pois o Senhor mesmo declarou que aquela geração ainda era de “coração endurecido, como seus pais de antigamente”.
 
Mas a cadeira de Moisés ainda existia, e ainda havia quem se esforçasse no aprendizado, interpretação e prática da Lei de Deus. Ali estavam os escribas e fariseus, que com grande zelo buscavam promover a Lei e a Verdade em Sião. Infelizmente, de tanto zelo e ostentação de justiça própria, acabaram enveredando pela maldição da letra e da rigidez férrea do legalismo. Sim, eles, tentando restaurar o povo santo somente pelo poder da letra, acabaram caindo em hipocrisia e iniquidade. Se mostrando belos por fora, não praticavam o que pregavam, e escondiam uma sepultura invisível e ossos de mortos por dentro de si, cheios de vaidade e ciúmes da glória de si mesmos. Vejam que o Senhor os chamou de serpentes hipócritas, opressores de almas que nada buscavam senão a própria adoração.
 
Mas eis o fato, o Senhor disse claramente que mesmo assim, por causa da grandiosidade da Lei de Deus, eles tinham “alguma” justiça. Em outro lugar nosso Mestre disse até que seus discípulos deveriam obedecer os mandamentos que eles falavam, muito embora que não deveriam seguir os seus maus exemplos, pois falavam e não faziam. Ainda assim, tinham um pequeno mérito, pois pelo menos confessavam adorar ao Deus Único e Verdadeiro e tentavam entender as Escrituras e os profetas do Antigo Testamento. Mesmo sendo duramente reprovados pelo Senhor, ainda eram considerados sinceros “Militantes de Moisés”.
 
Vejam, então, o Senhor declarou que a nossa justiça deve superar “em muito” a justiça deles. Então, como temos nos comportado? Que exemplo temos dado para o mundo? Os fariseus estudavam as Leis de Deus. Com que frequência você tem estudado a Bíblia? Você tem reservado ao menos algumas horas nos fins de semana para se aperfeiçoar na Sabedoria de Deus? Os escribas e fariseus, mesmo pecando em vaidade, não eram como os demais pecadores comuns do mundo. E você, tem sido pior do que os incrédulos? Você não tem ao menos santificado a tua vida dos pecados e das impurezas dos ímpios? Os fariseus não eram roubadores. E você, pratica o disparate de furtar, de qualquer maneira que seja? Se não rouba bens e dinheiro, será que não faz violência ao teu próximo e lhe rouba direitos?
 
Os fariseus não eram injustos e adúlteros, pelos menos na prática comum. E você, comete injustiça e profana o Nome de Deus com a iniquidade do adultério de qualquer natureza? Será que você tem procurado ser uma pessoa íntegra e fiel? Eles não eram nem mesmo como os publicanos, os odiados cobradores de impostos que defraudavam os outros. Você pode dizer que não pratica a defraudação, que é a deturpação, contra o teu próximo?
 
Além destas coisas, os fariseus jejuavam duas vezes por semana e davam o dízimo de tudo quanto possuíam. Estas duas ordenanças de si mesmas não eram justiça diante de Deus se não fossem feitas com sinceridade de coração, com devoção e amor. O jejum agendado e o dízimo não são mais obrigatórios para nós, que estamos na Nova Aliança, mas eles praticavam isto, e com muita diligência e disciplina. E você, não tem separado tempo para descansar e estar na presença de Deus? Você não tem o coração disposto para ajudar espontaneamente, com um pouco dos teus haveres financeiros, a causa de Cristo?
 
Isto e tantas coisas pormenores a mais eram distintivas da justiça dos escribas e fariseus. Eles eram hipócritas, mas pelo menos não eram imorais e indecentes. Será que nós temos guardado a porta dos nossos lábios, será que temos dominado com decência as nossas línguas? Será você, prezado cristão, daqueles homens que fazem gestos imorais e deságuam a boca com palavras torpes e gracejos profanos? A nossa justiça tem que exceder a dos escribas e fariseus. Eles se vestiam com “vestes compridas”, como é que você, cristão e cristã jovem, anda vestido? Será que ao menos preserva a modéstia e a decência no modo de se apresentar à sociedade?
 
Talvez um dos principais fatos a serem considerados, era que os fariseus faziam “constantemente” orações. É verdade que oravam nas praças e nas portas das sinagogas para “serem vistos pelos homens”, para atraírem a atenção para si mesmos. Contudo, eles oravam muito. Com quanta frequência você separa tempo para orar diante de Deus? Será que pelo menos ora uma ou duas vezes ao dia? A justiça do verdadeiro cristão tem que ser maior do que a justiça dos escribas e fariseus, do contrário, melhor é que vocês se assustem com a declaração do Senhor, “não entrarão no Reino de Deus”.
 
Você tem a Palavra de Deus para estudar, adquirir visão espiritual, crescimento na fé e praticar. Ou será que vivemos num país que não tem acesso à Bíblia? Se não tiver o velho livro impresso, nos tempos modernos você provavelmente tem um aparelho de celular nas mãos, e nele você pode acessar facilmente a Palavra da Verdade, não pense que isto não sirva, as santas letras de Deus se trasladam na tela luminosa exatamente como devem estar, e o Espírito Santo ensina da mesma forma. Você tem acesso às Igrejas e às pregações dos santos homens de Deus, com um pouco de sofisticação sem maldade ou em condições humildes. Você tem a comunhão dos santos ao teu alcance. Você pode se unir a uma agremiação de santos e dedicar a vida para servir a Deus ali sem muitas dificuldades, pelo menos neste país.
 
A nossa justiça deve superar a justiça dos escribas e fariseus, o nosso testemunho e a nossa vida diante dos incrédulos e diante dos irmãos deve ser sobreexcelente, ainda que não seja possível ser impecável. A nossa vida, os nossos atos, as nossas obras, os pensamentos do nosso coração devem ser superiores à moral da religião legalista, e muito superior à moral comum do mundo. O nosso padrão de espiritualidade deve ser o máximo possível totalmente semelhante ao exemplo do Senhor. Se nós, no princípio, cremos no Evangelho, fomos transformados e regenerados com um novo coração. Você acha que Deus geraria um novo coração para que um filho dEle vivesse em imoralidade e pecado? Creio que não. Se nós fomos salvos através da fé, temos o renascimento espiritual dentro da vida de Cristo. Os escribas e fariseus não tinham isto, um novo coração! Pobres homens, entregavam quase que a própria pele tentando agradar a Deus, e tudo o que alcançavam era uma frágil justiça que aos olhos de Deus, mesmo Ele sendo bom e misericordioso tentando os ajudar, eram trapos de imundícia.
 
Que faremos nós para agradar a Deus? Cristão, você que leva este nome na sua fronte como uma coroa, será que você ao menos conhece ao teu Senhor e Mestre? Você tem andado como Ele andou, você tem seguido os Seus exemplos e guardado os Seus mandamentos? Você tem guardado os ensinos e mandamentos dos primeiros apóstolos? Pois, como está escrito, aquilo que eles escreveram, não eram palavras deles mesmos, mas ensino do Espírito Santo de Deus.
 
A nossa justiça deve ser maior do que a dos escribas e fariseus, como está a tua consciência para com Deus e com Jesus? Você tem se arrependido diariamente diante do Senhor, ou você esconde os teus pecados quando entra na presença dEle? Como está escrito, a oração dos transgressores que não se arrependem se torna abominável aos ouvidos do Senhor. Será melhor você sempre se humilhar, se arrepender e contar tudo diante da face de Cristo. Que tipo de justiça você acha que você terá se não se submeter à justiça do Filho de Deus?
 
Irmãos, que andemos em obediência e santidade nos Caminhos do Senhor. O nosso exemplo está ecoando o tempo todo para o mundo. Até os pássaros levam os nossos atos e palavras para os confins das nações. O testemunho dos cristãos vibra no mundo espiritual e atinge o coração dos homens além dos mares. Que façamos as obras de verdadeiros cristãos, e não somente cristãos, mas também legítimos discípulos do Homem da Cruz, renunciando toda impiedade e malícia, para sermos, como o Senhor nos ordenou, sal da terra e luz do mundo. Não significa que teremos qualquer mérito ou justiça própria, o que não existe para os mortais, pois a nossa justiça é a vida perfeita do Senhor. Contudo, se renascemos de Deus, a nossa vida deve exalar a graça e o perfume da santidade e do amor de Cristo em todo o lugar para onde formos. O Senhor é a nossa justiça, isto está escrito na Sua Palavra, mas dentro dEle, nós também devemos ser justos e santos, de maneira que, pela vida de Cristo em nós, a nossa justiça possa exceder, e exceder em muito, a justiça dos estudiosos da Lei do tempo de Jesus.

Paz seja com os amados de Deus.
W. Costa
15/07/2023
 
 
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