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26 julho 2021

Os Mandamentos de Deus, a Fé e o Livre-Arbítrio

"De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus." (Romanos 14:12)

Ao lermos ao longo da extensão da Bíblia, desde o princípio, vemos Deus intervindo no mundo e levando a cabo a execução da Sua obra, se manifestando ao homem, e contendendo com o homem e com o Seu povo para que estes reconheçam os seus maus caminhos, se voltem para Ele, se arrependam do mau e sejam salvos. Ele intervém no mundo, o tempo todo, e contende com o homem mostrando a verdade do Seu poder, a Sua justiça e os Seus juízos para que o homem enxergue a luz da verdade, se arrependa e se converta do pecado, do mal das suas mãos, e assim possa ser salvo. Deus é um Deus de justiça, de verdade e de paz, que almeja salvar a todos aqueles que o buscam, se voltando para a Sua verdade eterna. Ele é fiel, justo e bom, de maneira que deu o direito do livre arbítrio e livre escolha para o homem, e nunca jamais violará ou tirará este direito dele. O livre-arbítrio existe, mas, todavia, ele provém da fé, de maneira que desde o princípio Deus salva o homem e traz para este a salvação através da existência da fé, pela qual existe o verdadeiro livre-arbítrio. Sem a fé não há a existência do livre arbítrio, que provém da fé, de maneira que a fé é o princípio e a essência de tudo, e ela é maior do que o livre-arbítrio. Muitos estudiosos e até consagrados pregadores afirmaram a inexistência do livre-arbítrio, enquanto outros o afirmaram. Isto não anula a autenticidade de seus ministérios e das suas pregações, já que a fé verdadeiramente é o princípio de tudo, pela qual o homem alcança a justificação e a salvação. Contudo, não podemos negar a existência do livre-arbítrio, que provém da fé, pois ele está demonstrado claramente em toda a extensão das Escrituras Sagradas. Vamos citar alguns versículos que atestam este atributo:

"Então disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos." (Gênesis 6:3)

Neste versículo vemos claramente que o Espírito de Deus "contende" com o homem, para que este se arrependa do pecado e ande no bom caminho de Deus, amando ao próximo, crendo na Sua Palavra e praticando a justiça. Sabemos que mesmo com a ação misericordiosa de Deus, os homens daquela geração, exceto Noé, não creram em Deus, para terem fé, e não se arrependeram das suas obras malignas até o fim, de maneira que não houve mais alternativa para o Senhor, senão trazer o Seu justo juízo sobre todos eles, de maneira que sobreveio o dilúvio, que matou a todos os inconversos ímpios e pecadores daquele tempo. Segue-se o próximo versículo:

"E disse: Por mim mesmo jurei, diz o SENHOR: Porquanto fizeste esta ação, e não me negaste o teu filho, o teu único filho, Que deveras te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus, e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;" (Gênesis 22:16)

Aqui está a tão conhecida ocasião em que Deus provou a fé de Abraão, para confirmar sobre este a Sua justificação e a Sua promessa. É certo que o Senhor projetou um grande plano e uma grande aliança de fé com Abraão, escolhendo-o dentre todos os homens da terra para através dele levar adiante o Seu plano de redenção que no final alcançaria todo o mundo, entre os que crêem no Seu Nome. Vemos ali que Deus fez um pedido para Abraão, que não poderia ser senão o maior de todos os pedidos, que Abraão entregasse a Deus em sacrifício o seu único e tão amado filho, nascido pela promessa de Deus e em plena sua velhice. Não poderia haver pedido mais difícil para Abraão, lembrando que este foi um acontecimento específico, em que estava envolvido um estágio no plano da redenção do mundo, e Deus não pedirá novamente jamais que ninguém faça tal coisa, pois ela foi cumprida em Abraão, que foi chamado o Pai da Fé daqueles que crêem em Deus. Abraão não desobedeceu a Deus, antes, creu no Seu poder e na Sua Palavra, levando o seu filho para o lugar designado, e estava mesmo para sacrificar o seu unigênito, quando o anjo do Senhor bradou do céu e lhe impediu que matasse o seu filho, pois Deus viu que definitivamente Abraão havia crido nEle e obedecido à Sua Palavra, de maneira que foi chamado amigo de Deus, fazendo um ato semelhante a Deus que, cheio de insuperável amor pela humanidade, um dia entregaria o Seu Filho Unigênito para salvar o mundo. Vemos então que Deus provou a Abraão, que pela fé tomou uma decisão extremamente difícil, exercendo pela fé o livre-arbítrio numa decisão praticamente impossível para ele, por temer e amar ao Senhor, que já lhe havia jurado que em Isaque, seu filho, seria chamada a sua descendência, crendo que Deus era poderoso para até dentre os mortos ressuscitar o seu filho. Seguimos para mais um versículo:

"Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha." (Êxodo 19:5)

Aqui vemos com clareza que Deus fez uma aliança com Israel, para que este fosse o Seu povo, e andasse de acordo com as Suas leis. Está muito claro que o mandamento de Deus e a Sua aliança eram condicionais, ou seja, dependiam da fé e da obediência dos Seus escolhidos. O livre-arbítrio não foi tirado, o povo poderia obedecer ou desobedecer a Deus, de acordo com a fé ou incredulidade que neles existisse. O mandamento era condicional, dizendo: "Se diligentemente ouvirdes a minha voz", de maneira que estava sendo respeitado o total livre-arbítrio e direito de livre-escolha, que vem primeiro pela fé. E sabemos que o povo incontáveis vezes foi incrédulo, se rebelando contra Deus e desobedecendo a Sua fiel Palavra, que conduz para a prosperidade e para a vida, e assim por desobedecerem, sofreram muitas disciplinas e o juízo de Deus, que vem pela Sua reta justiça. Vamos para o próximo trecho das Escrituras:

"E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o SENHOR seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até à cidade fortificada. E levantaram, para si, estátuas e imagens do bosque, em todos os altos outeiros, e debaixo de todas as árvores verdes.  E queimaram ali incenso em todos os altos, como as nações, que o SENHOR expulsara de diante deles; e fizeram coisas ruins, para provocarem à ira o SENHOR. E serviram os ídolos, dos quais o SENHOR lhes dissera: Não fareis estas coisas. E o SENHOR advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. Porém não deram ouvidos; antes endureceram a sua cerviz, como a cerviz de seus pais, que não creram no SENHOR seu Deus." (2 Reis 17:9-14)

Vemos aqui que, após muitos acontecimentos, o povo de Israel, já no tempo dos reis, se desviou da lei do Senhor, pela incredulidade, se rebelaram e praticaram todo tipo de pecado, de sujeira e obras malignas, desprezando a Deus e se levantando contra a Sua Aliança e contra o Seu tão fiel e bendito governo sobre eles, pelo qual teriam a Sua bênção e proteção para sempre. Está claro que o povo teve plena liberdade de escolha para obedecer ou desobedecer os mandamentos do Senhor, e aqui escolheram desobedecer. A fé é o principal e vem primeiro, mas se não houvesse livre-arbítrio, Deus não poderia ser justificado, exaltado e glorificado por todos aqueles a quem ele Criou, e lhes deu vontade própria, o fôlego de vida, e o poder de pensar, de julgar e de interpretar livremente. Seguimos adiante:

"Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus." (Mateus 4:17)

Vemos aqui, já com Jesus, o nosso Senhor, Messias e executor da Obra Final da Salvação para todos os que crêem, e a vinda do Reino Interno de Deus, vemos o início do Seu ministério terreno, no qual começou a pregar, com poder e sinais, sendo Ele o Filho de Deus, manifestando o poder de Deus e exortando a todos para que se arrependessem. Assim, no Novo Testamento, os desígnios da fé e do livre-arbítrio permanecem. Jesus não estava violando e nunca violou a fé e o livre direito de escolha, mas antes, anunciou o Evangelho e lutou com o coração do homem, exortando-os para que crêssem no testemunho e na verdade de Deus, pela fé através dEle, e pela fé se arrependessem dos seus pecados, exercendo livre-arbítrio, se convertessem dos seus pecados e fossem salvos. E seguimos, finalmente, dentre muitos outros versículos que poderiam ser citados, com Colossenses 1:21-23:

"A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou No corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis, Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé, e não vos moverdes da esperança do evangelho que tendes ouvido, o qual foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, estou feito ministro." (Colossenses 1:21-23)

Vemos aqui o apóstolo Paulo discorrendo sobre a graça salvadora de Deus, que Ele manifestou em Jesus Cristo, nosso Senhor, entregando o Seu Filho amado, inocente, justo e santo, para morrer pelos nossos pecados e trazer para o mundo a possibilidade de salvação e redenção para todos aqueles que através da fé crerem no Seu Nome e no Seu incontestável testemunho do Reino, do poder e da bendita vontade do Eterno, Magnífico e Sempre Todo-Poderoso Deus, nosso Pai. O renascimento espiritual, a vida e a salvação de Deus, que está em Cristo, foram dados para os santos, para todos os que o recebem pela fé, mas novamente ali está escrito: "Se, na verdade, permanecerdes fundados e firmes na fé", demonstrando claramente que de forma terminante, a fé e o livre-arbítrio não são, e nunca serão desrespeitados no coração do homem, mesmo daqueles que creram em Deus e foram salvos. É necessário para os salvos perseverarem fieis e permanecerem firmes na fé até o fim, até que vençam e até que concluam cada um as suas carreiras no Combate da Fé, confirmando a salvação, glorificando o Nome de Deus e obtendo vitória final na Terra antes de serem elevados para o centro do Reino Celestial e Glória da Eternidade de Deus, onde aguardarão a volta de Cristo, a gloriosa ressurreição e a vinda final do Reino de Deus em plenitude sobre o mundo.

Concluímos, assim, que, desde a queda de Adão, Deus contende com o homem para que este se arrependa e seja salvo, que existe a fé, que é o principal de tudo, e que traz a salvação, e que somente debaixo da fé pode existir e ser exercido o livre-arbítrio, o qual Deus não viola, nem tira o seu direito. Não obstante de tudo, primeiro vem a Fé, que é maior e que é a essência de tudo, pela qual os homens, desde sempre, são justificados e salvos segundo o eterno propósito que Deus planejou para o mundo, para todos os que o recebem com um coração disposto e livre para o servirem e o adorarem, através de Jesus, em espírito e em verdade, obedecendo a Sua Palavra e andando nos Seus caminhos, em amor, com perseverança e submissão aos Seus mandamentos, que conduzem para a vida, buscando a Sua vontade, que deseja que todos os homens pratiquem a justiça e sejam salvos, para a elevação e realização espiritual plena, no Reino Interno de Deus, que presentemente já está nos corações habitados pelo Espírito Santo, onde há justiça, paz e salvação que duram para sempre.

PDF (PT): https://bit.ly/3eWqi3G 

Áudio Youtube (PT): https://youtu.be/ze-b9Y7Z9Ws