TRANSLATE
  Português   English   Español
Selecione / Select / Seleccionar


Português


English


Españou

05 março 2016

O Problema do Chamado para a Pregação

Disse Jesus: "Não fostes vós que me escolhestes, antes, eu vos escolhi à vós..." (João 15:16)
 
De uma forma muito frequente, nos dias de hoje, não se têm interpretado a Bíblia de acordo com as nítidas leis que ela estabelece, mas é muito comum se desviarem em distorções e adaptações contra as suas ordenanças originais. O Evangelho foi trazido a nós através das Escrituras. E não se têm havido OUTRO fundamento (1Coríntios 3:11) desde que o último apóstolo decretou a pedra de fechamento do Evangelho cristão de que hoje nós conhecemos. Os escritos e ensinamentos de muitos santos de Deus também são válidos e úteis para a edificação da Igreja, mas é forçosamente necessário aos crentes reconhecer que as Escrituras Maiores que hoje nós temos em mãos são transcendentes, sobrenaturais e inspiradas por Deus (2Timóteo 3:16). A exposição do Evangelho está completa desde o Apocalipse de João, é o que nós temos que crer. Tudo o que vier após este apóstolo, se for considerar no nível de inspiração da Bíblia, como diz a Escritura, "seja anátema!" (Gálatas 1:8).

É verdade que todo cristão é chamado, e não somente chamado, mas ordenado a pregar o Evangelho, logo que tenha adquirido o devido conhecimento da Palavra de Deus e a capacitação do Espírito Santo. Mas também devemos saber que existem ministérios específicos, pelo menos cinco, ordenados pelo próprio Senhor para servirem de forma diferenciada dentro da Igreja.

Todos os apóstolos e profetas das escrituras tiveram um chamado (Romanos 1:1; Jeremias 1:5), e sem chamado, nunca houve apóstolo nem profeta. A Palavra de Deus diz que na Nova Aliança da Fé, da qual Jesus Cristo é a Pedra de Fundação, existem cinco chamados ministeriais principais:

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores," (Efésios 4:11)

Notemos que o trecho diz: "E ELE mesmo deu...", ou seja, é o próprio Deus quem determina quem e quais serão os designados para exercer o serviço no ministério da Sua igreja.

"E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado." (Atos 13:2)

Ninguém pode designar, ou "empossar" homens ao ministério da pregação, nem tampouco pode alguém chamar-se "à si mesmo". Sem o chamado, não há capacitação, e sem capacitação, não há envio, nem suprimento, nem providência da parte de Deus.

O chamado do homem é o chamado da confusão. O chamado do homem é o chamado da heresia. O chamado do homem é o chamado da desordem. O trigo foi plantado pelo agricultor, mas o joio não pediu nenhuma autorização para nascer na terra. Jesus disse: "Eu sou a Videira, e o meu Pai é o Agricultor..." (João 15:1).

Assim como existem os ministros de Deus, existem os ministros do Diabo. A diferença entre eles é que os primeiros são chamados, e os segundos são "aliciados" e seduzidos.

O apóstolo Paulo disse em 1Timóteo 5:22: "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos...". Ou seja, transmitir e delegar autoridade à quem não têm ou teve o chamado determinado por Deus. Esta é a pior desgraça ministerial que pode se abater dentro da Igreja.

É necessário que todo ministro seja "provado" antes de ser autorizado dentro do ministério. Hoje em dia não existe mais provas segundo os padrões de Deus para o ministério, hoje em dia existem apenas provas teológicas meramente técnicas. É necessário primordialmente a prova de "caráter", a prova de TESTEMUNHO diante da igreja e necessariamente também diante de todos os homens. Uma pessoa sem testemunho, só porque tirou nove e meio, oito e meio ou dez na prova de teologia estudada, não deve ser de pronto admitida sem demonstrar aptidão espiritual e maturidade para o mister à que almeja desempenhar.

Deus sempre teve pressa com quem já está na obra, mas nunca teve pressa no preparo para a mesma.

O tempo de Deus caminha com o tempo da maturidade.

O candidato à obreiro também deve "expor" a sua vida diante de todos, deve ser transparente no que diz respeito à seu caráter, sua vida social e familiar. Aliás, vida familiar é um dos primeiros requisitos exigidos nas escrituras para se haver a admissão no ministério. (1Timóteo 3:4)

A vida com Deus também não se situa na quantidade de dons, nem na persuasividade da oratória, e nem nos trajes finos que o candidato têm, mas na prova da fé. Disse Tiago: "Mostra-me a tua fé sem as obras, que eu lhes mostrarei a minha fé através das minhas obras..." (Tiago 2:18), e "A fé sem as obras é morta". (Tiago 2:26).

Faça um chamado dizendo que precisa de alguém para pregar, e dificilmente haverão recusas. Mas faça um chamado para uma tarde de jejum, meditação e oração, e a resistência certamente despontará.

Aliás, falando nisto, DISCIPLINA e SUBMISSÃO é e sempre foram características de aspirantes aprovados.

A pessoa que se mostra soberba, altiva e insubmissa diante do seu pastor ou líder, está fadada ao ministério tirano, apóstata e destrutivo. Tais indivíduos em via de regra são dotados também de inveja e espírito competitivo.

Um ministério egoísta e insubmisso não é ministério de edificação, mas de subversão.

Falando nisto, você já se perguntou se você se admite de PRECISAR dos teus parceiros e irmãos de ministério? Ou você o têm desempenhado sozinho, autônomo e independente?

Somente ver e enxergar erros no pastor e no líder não faz de uma pessoa um insubmisso, mas tomá-los como pretexto para a rebeldia o faz. Se o teu pastor têm erros, ore por ele, submeta-se debaixo dele para sustentá-lo e dar à ele a chance de superar este erro, ao invés de se transformar numa carga pesada e numa cruz à mais para piorar a situação dele.

O chamado de Deus se dá num ambiente de submissão à autoridade, humildade e obediência à Sua Palavra.

E por falar em humildade, você já pensou em que TODOS os chamados para o ministério JÁ passaram por um processo de quebrantamento de espírito e prova de fé?

Pessoa DURA não é pessoa aprovada. A verdadeira autoridade espiritual não se traduz em dureza e mera austeridade, mas é "mansidão e humildade" (Mateus 11:29).

Muitos pensam que mansidão é fraqueza de caráter. Mas fraqueza de caráter é a TIMIDEZ. A mansidão suporta incompreensões, ataques injustos e ofensas, porque têm DETERMINAÇÃO e DISCERNIMENTO. Mas a timidez é um sentimento de quem não dá crédito à Deus.

Um ministro duro e prepotente certamente não poderá suportar as dores, os processos de crescimento e os ataques de fraquezas de seus liderados.

A marca de um ministro duro são ovelhas débeis na fé.

Existe, com certeza, a hora da correção e da palavra dura, mas esta é sempre precedida por atitudes de amor, paciência e solidariedade.

Todo membro e todo liderado se achega à Cristo cheio de fraquezas e cheio de durezas. Se o ministro não tiver paciência, sabedoria e humildade para sofrer ESTAS e POR estas pessoas, elas jamais poderão ter o crescimento e o fortalecimento na fé.

O ministério de Deus é um ministério de sacrifício.

Aliás, disposição para sofrer é uma das marcas do aspirante aprovado.

O chamado para a pregação jamais se dará em um ambiente de contendas, mas de unidade, santificação e devoção, "E, servindo eles ao Senhor, e jejuando..."(Atos 13:2). Por quê digo isto? Porque 50% das denominações que existem hoje vieram de "cismas", divisões e revoltas dentro de outros ministérios. Isto à nível de denominação e à nível de ministério individual. Se o teu "chamado" proveio da tua revolta e indignação por causa dos erros do pastor e ministro "X" ou "Y", pode desistir pois o teu chamado é o chamado da TUA RAZÃO, ou razão de um grupo, e não da VOCAÇÃO de Deus. E sabemos que a NOSSA razão nunca coopera com a razão de Deus.

Se você ainda está me resistindo sobre esta última afirmação, leia o exemplo de Samuel, Saul e Davi (1Samuel 8:1), que MESMO com este rei e líder, Saul, estando em erro, corrompido e desobediente à Deus, NÃO se levantou contra a autoridade dele, nem tentou formar outro reino, mas deixou o próprio Deus tratar dele no tempo determinado. Se o teu pastor ou líder se tornar perverso, e você não puder suportar a autoridade dele, você ainda têm esta opção, como Davi o fez, se não houver possibilidade de diálogo, APENAS SE AUSENTE, mas não se levante em REBELIÃO, e nem tente criar outro ministério apenas para DERRUBAR este tal líder, pois agir assim não proverá de Deus.

Deus não chama ninguém em ambiente de CONTENDA!

Tentar derrubar um ministro ordenado, ainda que este esteja errado nunca será uma atitude de quem têm um legítimo chamado. Existem autoridades e conselhos competentes na Igreja para tratar todas as situações.

Por enquanto é só amados irmãos e irmãs, que Deus possa estar trazendo mais luz sobre o assunto a todos vocês. Porque embora o Chamado de Ministério Específico dentro da Igreja seja exclusivo para àqueles que são especialmente designados, o chamado para pregar o Evangelho e para dar Testemunho de Cristo é para TODOS os salvos que batalham na Fé.