TRANSLATE
  Português   English   Español
Selecione / Select / Seleccionar


Português


English


Españou

O clamor de Sodoma e Gomorra

“Disse mais o SENHOR: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito, Descerei agora, e verei se com efeito têm praticado segundo o seu clamor, que é vindo até mim; e se não, sabê-lo-ei.” (Gênesis 18:20-21)


Em meados do segundo milênio A.C, nas adjacências das campinas do rio Jordão, tremeluziam duas cidades altaneiras notáveis por sua audácia, Sodoma e Gomorra, princesas da célebre terra de Canaã, situada nas latitudes continentais que alguns séculos depois se transformariam no território do Sagrado Reino do povo de Elohim.

Nelas viscejavam, como flores venenosas, parte de uma gente artificiosa, de ascendência amaldiçoada, que não portavam em suas mãos instrumentos de honestidade, trajavam vestes de violência e se deleitavam em comer o pão nefasto da falta de juízo.

Sodoma e Gomorra eram plantas malditas, semeadas pessoalmente pelo Príncipe das Trevas, e festejavam descaradamente suas festas sórdidas em desafio contras os céus, cometendo toda sorte de devassidão, descontrole e libertinagem, praticando homicídios e as mais variadas formas de orgias, principalmente de natureza sexual, levantando, pelas chamas de seus abrasamentos impuros, uma densa fumaça fétida de dissolução e sujeira, tão intensa que começou a soprar nos ares dos próprios portões dos céus.

Desde que Deus executara o juízo do dilúvio no mundo, era uma expectativa Sua que os homens se tornassem mais temerosos de consciência e adquirissem um maior juízo em seus corações, para não cometerem o mal.

Mas parecia que não havia muita memória nos súditos dos reis dessas duas cidades, e davam a entender que com toda certeza não se lembravam, ou haviam rejeitado completamente o testemunho do grande juízo divino e o exemplo dos grandes homens santos que desde aquele tempo já haviam vivido sobre a face da terra, pois soltaram os freios da continência, e se entregaram completamente à fornicação e “à outra carne”, rebaixando o pudor e a humanidade deles à um nível equiparado menor aos dos animais e bestas feras das selvas, denegrindo tenebrosamente a honra da imagem de Deus que neles, como seres humanos, existia.

Não era o plano de Deus, quando ordenou aos homens “frutificarem e se multiplicarem”, que suas vidas fossem tragicamente destruídas por intervenções jurídicas do céu, mas que encontrassem um caminho de vida justa, de existência pacífica e honrada diante dEle, para que em algum tempo alcançassem a redenção, através da fé.

Desde o princípio, depois da queda do homem, Deus ainda colocou limites para a humanidade caída, divisas espirituais de proteção para que eles pudessem viver, pelo menos razoavelmente com um mínimo nível moral, ainda que não perfeito, para que a justiça de Deus não fosse excessivamente ferida a ponto de Ele ter que intervir em todo o tempo com juízo vingador contra as obras deles.
 
Alguns homens conseguiram viver dentro da graça de Deus, como Abel, Enoque e Noé, além do próprio Abraão, de maneira que, através da fé deles, ousaram crer em Deus, praticar a justiça e “andar com Deus”, alcançando bom testemunho, mesmo em meio a gerações perversas e degeneradas.
 
Mesmo com a humanidade caída, haviam limites a serem respeitados, pois o governo superior dos céus sempre continuou e continuará imperando, nos níveis mais altos, sobre todo o mundo. Deus continuou sendo o Último Juiz da raça adâmica, e, tendo em vista a obra de Jesus, que estava prevista e que viria, a porta de um caminho de redenção já estava aberta, desde aquele tempo, para todos os que cressem.
 
Mas a cegueira, a rebeldia e a incredulidade definitivamente haviam tomado o coração daquelas pessoas, e continuaram, dia após dia, ao longo de incontáveis anos, imperando cada vez mais com a malícia e com a impiedade submergindo a alma deles, praticando o cúmulo do descontrole moral, dos assassínios e de todas as obras imundas da carne, a ponto de chegar o dia em que excederam os limites da tolerância de Deus, atraindo sobre si a ira divina e a Sua sentença de vingança e de destruição.
 
Certamente que Deus deu tempo para eles se arrependerem, enviando Sua misericórdia, manhã após manhã, sobre a cabeça deles, o sol, a chuva e o fruto da terra, esperando que despertassem, olhassem para o alto e se arrependessem das suas más obras e do sangue inocente que derramavam com suas mãos. Mas não houve reação da parte deles, nem remorso, nem sentiram culpa por todas as transgressões que estavam levando à cabo pelas malignas imaginações de seus pensamentos.
 
Deus é fiel e justo, e o Seu caráter é absolutamente íntegro e bom. Ele continuava esperando que aqueles homens criassem consciência dentro deles e começassem a corrigir seus caminhos, fazendo juízo e justiça, e parassem de cometer o mal e a imoralidade para que tivessem a bênção de Deus e a paz dentro de seus muros. Houve um completo tempo de paciência de Deus sobre eles antes que o decreto do juízo saísse de Suas mãos contra eles.
 
Ingratidão. Talvez seja esta a palavra que defina o sentimento que envenenou o coração daquelas pessoas. A Bíblia nos diz e nos ordena: "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco." (1 Tessalonicences 5:18). Não há coisa mais desastrosa para as almas dos homens do que rejeitarem a misericórdia da graça de Deus, que tão amorosamente nos mostrou em Cristo, para nos salvar, e que Ele derrama todos os dias sobre o mundo, sustentando a vida de todos e esperando que pelo menos olhemos para Ele com agradecimento, que pelo menos nos lembremos dEle como alguém que nos ama, que nos protege e quer nos salvar.
 
Deus é santo, e Ele odeia o pecado. Tudo o que viola a Sua santa justiça e as Suas leis é pecado. Foi pelo pecado que o homem caiu e se corrompeu, e veio o juízo da morte sobre o mundo. A justiça de Deus é necessária, porque é através dela que existe a vida, que Ele deu a todos. A justiça e a equidade são aquilo que faz existir a vida, a harmonia e a paz. Quando a justiça de Deus é violada, a vida cessa, se enegrece e pára de brilhar.
 
A paciência e a tolerância de Deus é muito grande, mas chega um momento em que a Sua justiça começa a ser ferida e violada, então daí entra o Seu juízo, que é o Seu justo castigo para vingar as abomináveis obras das trevas. Os homens de Sodoma e Gomorra fizeram exatamente isto, com as suas rebeldias e más obras esgotaram a paciência e a tolerância de Deus, atraindo sobre eles o Seu justo juízo.
 
O pecado não é brinquedo de se divertir, ele é um veneno mortal e amargo. Os homens daquelas cidades zombaram de Deus e da Sua honra, eles brincaram com o pecado, e por fim Deus executou a Sua ira sobre eles, fazendo chover enxofre e fogo direto dos céus sobre eles, com uma demonstração de poder magnífico, e destruindo até tornar em pó de cinzas aquelas cidades e seus moradores, de maneira que sua fumaça subiu como de uma grande fornalha ardente.
 
Sodoma e Gomorra pereceu por fogo, e sua malícia foi extinta pela ira dos céus, mas parece que as sombras delas sobreviveram, e estão caminhando pela terra, e ainda estão rondando as cidades do mundo.

O espírito do homicídio, da idolatria e da prostituição foi aquela vez derrubado, mas parece que ele não se deu por vencido naquela derrota. Ele parece ser incrivelmente empedernido e resistente, pois a devassidão continuou acossando nas encruzilhadas e estreitos das cidades do mundo, até a esta era moderna, até o tempo de hoje. O homem não parece que mudou muito em chegando estes tempos atuais e desenvolvidos. Basta andarmos um pouco para percebermos a ar que impera nas fronteiras da sociedade.

O mesmo fenômeno que aconteceu aqueles dias parece estar se repetindo dia após dia entre nós. Aquela mesma nuvem negra de rebeldia parece ressurgir ciclicamente nas esferas terrestres de hoje. Vemos o mesmo sentimento: ingratidão a Deus. Ingratidão pelo dom da vida, ingratidão pelo semelhante que está ao lado, ingratidão pela saúde, ingratidão pelo sol, pela chuva e pelo dia. A mesma raiz que fez os sodomitas começarem a desprezar a Deus também está crescendo entre nós. Não damos graças à Ele por todo o bem que nos tem dado, mesmo Ele não tendo obrigação nenhuma de nos contemplar, pela nossa impiedade e desprezo que praticamos contra as Suas leis.

As Sodomas e Gomorras ainda estão ressurgindo nos dias de hoje subindo direto do inferno para onde foram derrubadas. A vida não é valorizada. Aí está a falta de punição apropriada e frouxidão das autoridades contra o crime do homicídio. Aí está a militância iníqua pela legalização do aborto induzido. Aí está a falta de promover a educação dos jovens para criar consciência civil e moral nas suas almas.

O mandamento sagrado de Deus para a instituição do casamento e da família não está sendo considerado com seriedade. Aí está o espírito do adultério, da prostituição e do sexo livre, sendo aplaudido e cultuado como uma valentia e um deus pela sociedade. Aí está a pedofilia e a prematuridade sexual, cada dia mais frequente onde nem se esperava acontecer. A homossexualidade se mascara maliciosamente na desculpa do direito universal do ser humano individual. O projeto primordial de Deus para o gênero íntegro de cada ser humano é ultrajado como coisa ultrapassada e sem valor. Aí está o espírito do álcool sem controle, dos vícios e das drogas, consumindo a carne e a alma das pessoas.

A sociedade está se corrompendo à passos largos, e não estão percebendo o abismo da perdição diante de seus pés e o veneno do pecado adentrando em suas veias cada vez mais intensamente. Chegará o ponto em que “o mau cheiro da cidade atingirá os portões dos céus”, e Deus estenderá a Sua mão para agir. O tempo do arrependimento pode estar se acabando. A paciência e a tolerância de Deus para a geração destes dias pode já estar nos seus últimos limites. Homens e mulheres, despertem do sono entorpecente do sonífero do pecado! O tempo da misericórdia pode estar chegando ao fim.

Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes diante de Deus. Pranteai e chorai, pecadores, pelas vossas misérias e calamidades que repentinamente vos sobrevirão! Decretem um jejum, arrependam-se do espírito de Sodoma e Gomorra, se vistam de saco e se sentem no pó da cinza, limpem o sangue inocente das vossas mãos! Quem sabe Deus não olhará para vocês, e se compadecerá e se voltará com misericórdia para as vossas lágrimas, para que não vos trate segundo a dureza dos vossos corações e segundo a maldade dos vossos caminhos!

Hoje ainda é tempo de arrependimento. Assim como existiu Sodoma e Gomorra, também existiu Nínive, a cidade que se arrependeu! Nínive estava no mesmo caminho daquelas cidades, e Deus lhes enviou o profeta Jonas, e advertiu que o juízo os alcançaria. Os ninivitas ouviram a Palavra de Deus e se arrependeram, e se humilharam perante o Senhor, e Ele viu a conversão deles e se arrependeu do mal que estava para executar contra eles.

Homens e mulheres desta geração, sejam como Nínive, e não como Sodoma e Gomorra. Olhem para as próprias obras de vocês, considerem o caminho em que estão andando e se arrependam de todo pecado, limpando as vossas mãos e levantando um clamor aos céus, praticando verdade, misericórdia, justiça e juízo uns com os outros, pois se vocês se converterem de todo o coração, Deus vos ouvirá, e se compadecerá de vocês, e se arrependerá do mal que estava para fazer para vocês, e vos salvará, e vos dará socorro, e semeará na vossa terra a prosperidade e as sementes das Suas bênçãos, da justiça e da paz.

Paz seja com os santos na luz.
W. Costa.

 
.